28/08/2025

Quem nunca ouviu a expressão “Isto é uma vergonha!” ao acompanhar a telejornalismo brasileiro? Essa frase, emblemática na voz de Boris Casoy, se tornou um símbolo de sua carreira e da sua abordagem intransigente em relação aos escândalos que permeiam a política do país. Mas como uma figura tão polarizadora se tornou uma das faces mais reconhecidas do jornalismo brasileiro?

Da TV Tupi ao Estrelato

O jornalista Boris Casoy nasceu em 1941, filho de imigrantes russos, e iniciou sua carreira na televisão em 1961, na extinta TV Tupi. Durante os anos 60, em um período turbulento para o Brasil sob a ditadura militar, Casoy foi acusado de envolvimento com grupos de direita, uma marca que o seguiria ao longo de sua trajetória. Sua abordagem crítica e vocação para notícia não tardaram a ser notadas, levando-o ao jornal Folha de S.Paulo, onde assumiu a redação.

O Papel na Folha de S.Paulo

Durante seu tempo na Folha, ele teve que lidar com a complexidade de um ambiente editorial dividido. Cláudio Abramo, seu colega no jornal, tinha uma visão política oposta, o que gerou tensões e disputas sobre a linha editorial. Esta experiência foi crucial para Casoy, pois moldou sua habilidade de navegar por um campo minado político.

Após várias idas e vindas, Casoy retornou à televisão em 1988 como âncora do Telejornal Brasil na SBT. A partir daí, sua carreira decolou, e ele se tornou uma das vozes mais influentes da televisão brasileira.

Ícone do Telejornalismo

O estilo de Boris Casoy foi marcado pela sua maneira direta e incisiva de apresentar as notícias. Sua detestação por corrupção e falta de ética na política era evidente. Ao longo dos anos, ele acumulou uma série de seguidores e críticos, consolidando sua imagem como um vigilante da moralidade pública.

Controvérsias e Escândalos

Ao longo de sua longa carreira, Casoy não esteve livre de polêmicas. Um dos incidentes mais infames ocorreu em 2010, quando, durante uma transmissão, ele se referiu a dois garis que desejavam boas festas como “dois lixeiros” de forma desdenhosa. Essa declaração não apenas lhe rendeu críticas intensas, mas também exigiu uma :publica.

A Crítica da Mídia e a Cultura do Cancelamento

O episódio evidenciou o impacto que a cultura do cancelamento pode ter sobre figuras públicas. O ambiente midiático atual é muito mais sensível. Uma declaração equivocada pode custar caro para um jornalista, especialmente quando o público está sempre em alerta.

Casoy, apesar de sua experiência, aprendeu na prática que o peso das palavras é imenso, especialmente em uma era em que as redes sociais amplificam rapidamente qualquer erro.

Retorno e Reinvenção

Após deixar a Rede Record e enfrentar as controvérsias, Casoy se reinventou ao criar um canal no YouTube chamado Jornal do Boris. Essa nova empreitada não apenas mostra sua resiliência diante das adversidades, mas também marca uma nova era de comunicação, onde ele pode expressar suas opiniões sem as amarras tradicionais da televisão.

A Relevância de Boris Casoy na Mídia Atual

Hoje, Boris Casoy é mais do que um apresentador de telejornal; ele é um símbolo de um estilo de jornalismo que busca incorruptibilidade em um mundo onde a desconfiança nas instituições é crescente. Sua trajetória reflete não apenas suas conquistas pessoais, mas também o estado atual da mídia brasileira.

Lições do Passado

As lições de sua carreira podem ser universais: a necessidade de manter um padrão ético elevado é imperativa para todos os profissionais da comunicação. A forma como Boris se posiciona frente a escândalos e injustiças é um lembrete poderoso da responsabilidade dos jornalistas em informar com precisão e integridade.

O seu compromisso, apesar das controvérsias, continua a inspirar novos jornalistas que buscam uma voz crítica e autêntica no cenário midiático.

Um Olhar para o Futuro

Enquanto o mundo do jornalismo evolui com a tecnologia, o papel de figuras como Casoy continua a ser importante. A transição para plataformas digitais representa um espaço novo e desafiador, onde o público tem mais voz e os jornalistas precisam adaptar suas abordagens.

Embora Casoy tenha enfrentado suas controvérsias, sua habilidade de adaptação e resposta ao ambiente dinâmico da mídia mostra sua relevância contínua. Ele não é apenas um relicário do passado do jornalismo; ele é um indicador de onde a mídia pode estar indo.

Reflexão Final

A trajetória de Boris Casoy nos leva a refletir sobre a ética no jornalismo e as responsabilidades que vêm junto à profissão. O desafio não é apenas reportar os fatos, mas fazê-lo de maneira que represente a verdade e as diversas vozes da sociedade.

O trabalho de um jornalista é, sem dúvida, complexo, ainda mais em tempos de mudança. Casoy é uma prova viva de que a integridade e a verdade não devem ser sacrificadas, mesmo em meio a pressões externas. Viver no olho do furacão da crítica não é tarefa fácil, mas é essencial para quem almeja ser uma voz autêntica no panorama midiático.

Por fim, é crucial lembrar as palavras de Boris: “Que merda. Dois lixeiros desejando felicidades. Do alto de suas vassouras. Dois lixeiros! O mais baixo da escala do trabalho.” Para maiores informações, acesse aqui.